A disrupção tecnológica é inevitável, mas será que as empresas estão a tirar partido do digital para se diferenciarem no mercado?
É inegável que, hoje, “every business is a digital business”, e que mesmo os negócios que ainda não têm uma componente digital significativa, vão tê-la certamente a curto/médio prazo. Mas será que as empresas portuguesas apanharam o comboio da transformação digital e estão a tirar partido das novas ferramentas para inovar e chegar a novos mercados?
Carlos Vaz, diretor do programa Digital Business Transformation da Porto Business School, refere que, apesar de termos bons exemplos no nosso país, as empresas ainda têm um longo caminho a percorrer nesta matéria. “Há uma parte do tecido empresarial que é estratégico e é importantíssimo que são as PMEs, que atuam em nichos de mercado que têm extremo valor, mas que ainda não o fazem pela aposta estratégica na inovação via digital, mas sim pela via da excelência do produto (...) mas eu acho que há aí um grande campo, uma grande oportunidade”, afirma.
As empresas só conseguem singrar num mercado tão inconstante e competitivo se criarem um portfólio de ideias de inovação e atuarem em três eixos: Incremental, Disruptivo e Exploratório. “Só estando efetivamente a inovar nestas três dimensões, as empresas conseguem sobreviver (dimensão incremental), crescer em novos negócios (pela via do disruptivo) e inclusivamente alterando por completo a indústria onde atuam (exploratório), como a Google, que entrou no setor dos automóveis”, exemplifica Carlos Vaz.
Como é que as empresas podem então estar preparadas para dar resposta aos fenómenos de disrupção atuais? Neste processo de mudança constante, Carlos Vaz sublinha que é fundamental compreender as 9 Exponential Technologies identificadas no livro de Salim Ismail – Artificial Intelligence, Augmented and Virtual Reality, Data Science, Digital Biology and Biotech, Medicine, Nanotech and Digital Fabrication, Networks and Computing Systems, Robotics, and Robocars.
“O crescimento exponencial da capacidade de computação, velocidade de processamento e redução do custo de armazenamento, associada à adoção das tecnologias exponenciais, alavanca a criação de novas organizações exponenciais que crescem a ritmos incríveis. Vejamos o exemplo de empresas como o Airbnb, Facebook, Google ou Uber, entre tanta outras”, sustenta o responsável do programa Digital Business Transformation.
Com o objetivo de preparar as empresas para a era digital (uma viagem à qual as empresas não podem faltar), o programa Digital Business Transformation fornece ferramentas para tirar partido dos meios digitais, assim como treina novas formas de pensar, com recurso a diferentes metodologias, desde a análise de case studies à resolução de problemas através da partilha de soluções como o “Hackathon” e os “Battle Fields”.
O programa Digital Business Transformation é um programa intensivo, de três dias. Tem como objetivo preparar as empresas para a criação de processos, estratégias e dinâmicas competitivas para a aceleração digital, e dotá-las de instrumentos que podem acelerar essa transformação, de estratégias de criação de valor pela inovação e, ao mesmo tempo, desenvolver um mindset criativo e organizacional. As aulas têm início a 4 de dezembro.