Há peixarias e há a “Peixaria Centenária”, que respira design pelas escamas e invade as redes sociais com humor, quebrando tabus sobre como se prepara o peixe e se comunica um negócio tradicional num mundo onde o digital impera. Ou então, como o Marketing Digital se aplica aos mais diversificados projetos de negócio.
Todos nos habituamos a ouvir falar em inovação e empreendedorismo - de uma certa forma - sempre ligados a novos produtos e, quase sempre, de cariz tecnológico. Aplicações, programas e negócios diferenciadores. Mas a verdade é que o tradicional pode ser inovador. Não pela novidade em si, mas sim pela adaptação à realidade. Um processo que, e há que admitir, pode ser mais difícil e arrojado do que a criação de algo novo. Reinventar não é propriamente um processo fácil. Exige muita criatividade. E ser criativo é algo que a “Peixaria Centenária” abraça com os dois braços [ou barbatanas].
Do horror ao amor pela pescaria
Os criadores da “Peixaria Centenária” – Rui, Joana e Filipe – têm em comum uma coisa chamada “peixe”. E quando falamos de “peixe”, falamos de pessoas que apanham e vendem peixes. Pescadores e peixeiras. Gente da lota ou que percorrem ruas a vender peixe a viva voz. Eles cresceram neste ambiente e, “juraram”, nunca querer nada com o negócio do peixe. Enganaram-se.
Por mais que não se queira, o nosso passado faz parte de nós. É a típica afirmação do “cresci a fazer isto e aquilo e isso é algo que não quero fazer”. Mas a verdade é que está lá e, no fundo, se sente saudade. E essa saudade esteve, e está, presente nos criadores da “Peixaria Centenária”. A velha história do “bichinho”. E eles sabem disso. Como tal, tentam equilibrar o tradicional com o moderno. Têm um espaço físico, com um design apelativo, mas invadem as redes sociais com alegria e humor: “Seja bem aparecido!”, dizem eles.
São um caso de sucesso em termos de Marketing Digital. Usam as redes sociais para se promoverem. Sempre com uma ligeireza e sarcasmo fora do habitual. Divertidos. Por vezes, quase desleixados. Mas é pura aparência porque, no fundo, são extremamente profissionais. Sabem comunicar. Sabem qual a mensagem a transmitir. O que não é surpreendente. Ou não fossem eles Designers de Comunicação, Ilustradores, Artistas plásticos ou tivessem, como braço direito, uma verdadeira Peixeira, a Tânia, que sabe vender peixe como ninguém.