No ranking global de competitividade do IMD World Competitiveness Center, Portugal regista uma subida de duas posições face a 2019, escalando do 39º para o 37º lugar.
De acordo com os resultados deste ranking de competitividade do IMD, no qual a Porto Business School colabora, de forma exclusiva, em Portugal, a mão-de-obra qualificada, o custo de oportunidade e a estabilidade das infraestruturas continuam a ser os fatores que tornam a economia nacional mais atrativa. O ranking dos países mais competitivos a nível mundial continua a ser liderado por Singapura, registando-se uma subida da Dinamarca e da Suíça, ao segundo e terceiro lugares respetivamente.
Portugal volta a subir no ranking dos países mais competitivos a nível mundial, segundo o ranking de competitividade do IMD World Competitiveness Center, divulgado hoje. O IMD World Competitiveness Ranking coloca Portugal na 37ª posição do ranking das economias mais competitivas a nível mundial, subindo duas posições face a 2019, sendo o pódio agora ocupado por Singapura, Dinamarca e Suíça.
Recorde-se que a Porto Business School é, pelo quinto ano consecutivo, parceira exclusiva nacional do IMD para Portugal na elaboração deste ranking. Segundo o ranking, que avalia fatores como o desempenho económico, a eficiência das empresas, das infraestruturas e do Governo, este é o melhor resultado alcançado pelo nosso país desde 2018, o que reflete uma economia mais sólida, influenciada pela inflação dos preços ao consumidor, pela exportação de produtos e por receitas turísticas – fatores que figuram no topo da lista das suas maiores forças económicas.
Ainda sobre a sua performance económica, Portugal destaca-se na categoria de Preços, convertendo-se no 30º país mais competitivo a nível mundial, seguindo-se o Comércio Externo, que confere ao país a 31ª posição, à semelhança do ano anterior.
De destacar também a 22ª posição ocupada por Portugal nas categorias de Estrutura Social e Legislação Empresarial, mas também a sua pontuação a nível de Infraestruturas Educativas, Saúde e Ambiente, que justificam a sua 24ª posição.
Também a par com os resultados do ano passado, a mão-de-obra qualificada (75.9%), o custo de oportunidade (65.1%) e a estabilidade das infraestruturas (61.4%) continuam a ser os principais indicadores de atratividade do país.
Quanto às metas para 2020, estas estão focadas em garantir um crescimento estável e alto do PIB num contexto de restrições económicas internacionais, e na adoção de um quadro fiscal favorável às empresas e ao investimento, que permita reforçar ainda mais a competitividade de Portugal.
De acordo com Daniel Bessa, economista e antigo dean da Porto Business School, este é "um dos piores resultados é na política fiscal". Apesar da subida, Portugal mantém as mesmas falhas "há décadas". O economista diz que "não é verdade que Portugal seja um caso de sucesso". A ajuda da UE chegará, a dúvida é como será gasto o dinheiro. Ouça a entrevista de Daniel Bessa ao Observador, aqui.
A ascensão das pequenas economias
À semelhança dos resultados do ano passado, Singapura reforça a sua liderança na lista dos países mais competitivos, ocupando agora o 1º lugar do ranking, consequência do forte desempenho da sua economia, assente no grande comércio e investimento internacional, mas também nas medidas estabelecidas para o emprego e mercado de trabalho. A robustez do seu sistema educativo e das suas infraestruturas tecnológicas também ajudam a solidificar a sua competitividade, principalmente no que diz respeito ao mundo das telecomunicações, velocidade da Internet e exportações tecnológicas.
Este ano, o grande salto competitivo foi dado pela Dinamarca e pela Suíça, que passaram a figurar no top 3 dos países mais competitivos do mundo – um pódio que em 2019 era ocupado por Hong Kong e pelos Estados Unidos da América.
Enquanto a Dinamarca registou um crescimento significativo, passando do oitavo para o segundo lugar, a Suíça subiu apenas da quarta para a terceira posição face ao ranking anterior. Segue-se a Holanda na lista, que passa agora a integrar o quarto lugar. Estes resultados demonstram uma ascensão das pequenas economias, com destaque para países europeus onde o mercado de trabalho e os seus sistemas de saúde e educação, bem como a robustez do seu comércio internacional, são indicadores de uma economia cada vez mais forte e com uma grande performance.
Globalização com fim à vista?
O contexto que atravessamos é ímpar e já está a trazer consigo muitas alterações significativas para todos os países a nível mundial. Se, por um lado, os resultados do ranking de 2020 revelam que países com economias mais pequenas, situados mais no norte da Europa, estão a tornar-se mais competitivos, por outro, assistimos à descida de grandes potências como os Estados Unidos da América – que desce sete posições no ranking deste ano, do terceiro para o décimo lugar – mas também da China – que caiu do 14º para o 20º lugar.
Já o Reino Unido escalou do 23º lugar para o 19º, o que poderá estar relacionado com a perceção criada pelo Brexit de um ambiente mais favorável e propício para as empresas. Com este declínio das grandes potências e a solidificação do sistema económico das mais pequenas, começam a surgir questões que levam a questionar o futuro da globalização e o que se avizinha para o quadro económico-financeiro mundial.
Estes e outros temas vão ser discutidos num encontro virtual, promovido pelo IMD World Competitiveness Center, que reúne vários oradores internacionais, a realizar-se hoje, às 16h00, sob o tema “Small economies, sound politics: is globalization dismantled?”.
Sobre o IMD World Competitiveness Rankings
O IMD World Competitiveness Rankings, estabelecido em 1989, incorpora 235 indicadores de cada uma das 63 economias classificadas. O ranking leva em conta uma ampla variedade de estatísticas como desemprego, PIB e despesas do governo em saúde e educação, bem como uma Pesquisa de Opinião Executiva que cobre tópicos como coesão social, globalização e corrupção.
Esta informação divide-se em quatro categorias - desempenho económico, infraestrutura, eficiência do Governo e eficiência empresarial - para dar uma nota final a cada país. Não existe uma solução única para competitividade, mas os países com melhor desempenho tendem a pontuar bem nas quatro categorias.
A Porto Business School é o parceiro exclusivo do IMD World Competitiveness Rankings para a recolha de dados relativos a Portugal desde 2015.