Portugal reconquista a 34ª posição do ranking, subindo três lugares e recuperando a posição ocupada em 2019. Foi um dos países europeus que mais posições subiu, tendo sido ultrassado apenas pelo Luxemburgo, que subiu seis posições.
O IMD World Competitiveness Center analisou 64 países, tendo avaliado a capacidade de adotar e explorar tecnologias digitais para a transformação dos modelos de negócio, práticas governamentais e societárias.
Para a elaboração do relatório o IMD contou, em cada país, com a colaboração de uma instituição parceira para a recolha de dados e no caso português conta com a participação exclusiva da Porto Business School.
Neste ranking o IMD World Competitiveness Center analisa três indicadores da competitividade. São eles: o conhecimento, que define as capacidades necessárias para a aprendizagem e descoberta de tecnologias; a tecnologia, que quantifica o desenvolvimento de tecnologias digitais; e, ainda, a preparação para o futuro, que considera o nível de preparação de uma economia para desenvolver a sua transformação digital.
Este ano Portugal apresenta um crescimento na jornada da transformação digital, contrariando a tendência das últimas três edições do ranking. Portugal sobe três posições e ocupa a 34ª posição no quadro geral.
Ao analisar o ranking desagregado por indicadores, para Portugal o conhecimento é o indicador mais relevante, ocupando a 32ª posição e tendo subido uma posição em relação ao ano anterior.
O indicador conhecimento abrange três variáveis: talento; formação e educação; e concentração científica. Das três variáveis o talento é a mais importante, ocupando a 22ª posição.
As capacidades tecnológicas são a principal força catalisadora desta variável (14ª posição), por isso Portugal está a promover o desenvolvimento das competências necessárias para um futuro da educação mais digital.
O tema do futuro da educação foi precisamente o tema do Digital Lab, promovido pela IDC e Axians, no âmbito da sexta edição do Portugal Digital Awards. No dia 16 de setembro o Digital Lab reuniu um painel de representantes de instituições com um forte contributo para a educação portuguesa.
Nesta tertúlia sobre o futuro da educação em Portugal, Patrícia Teixeira Lopes, Associate Dean da Porto Business School, identifica “três ou quatro prioridades que devem fazer parte deste futuro da educação: a formação ao longo da vida, que é essencial”, o facto de a formação ter de ser “cada vez mais personalizada, customizada e de acordo com aquilo que são os interesses individuais de cada pessoa”. Para a concretização destes pontos, Patrícia Teixeira Lopes assegura que “o digital vai ser um suporte determinante”.
O indicador tecnologia mantém a posição de 2020 e 2019, ocupando a 38ª posição e neste contexto destacam-se como pontos fortes as leis de imigração (3ª posição) e as tecnologias de comunicação (11ª posição).
Em 2018 Portugal ocupava a 32ª posição no ranking da preparação para o futuro. Apesar de o pior cenário quanto à competitividade digital está na preparação para o futuro, Portugal subiu três posições (38ª posição) em relação ao ano passado (41ª posição). Neste segmento destaca-se como principal fraqueza o uso deficitário de “big data” e “analytics”.
Arturo Bris, Diretor do World Competitiveness Center do IMD, afirma que “a transformação digital das sociedades tem implicações profundas para a prosperidade nacional e para a expansão da riqueza, mas normalmente as escolhas e os trade-offs em jogo são pouco percecionadas por aqueles que são afetados por essas mesmas escolhas”. Este estudo visa apoiar um debate público de melhor qualidade sobre o tema.