A Porto Business School acaba de premiar dois dos quatro projetos vencedores da 3ª edição do Prémio de Inovação em Saúde/ i3S Health Innovation Prize com 5 programas de Formação para Executivos: o projeto "Nanotecnologia antiviral para superfícies e filtros de ar cerâmicos", da start-up Smart Separations e o projeto "C-mo, um dispositivo médico para a avaliação da tosse de doentes no dia-a-dia", da startup C-mo Medical Solutions.
Os dois projetos selecionados pela Porto Business School - "Nanotecnologia antiviral para superfícies e filtros de ar cerâmicos", apresentado pela startup Smart Separations e o projeto "C-mo, um dispositivo médico para a avaliação da tosse de doentes no dia-a-dia", da startup «C-mo Medical Solutions recebem assim 5 inscrições no programa Future Leaders, um programa de liderança de 3 dias a realizar em dezembro de 2020.
O projeto «Nanotecnologia antiviral para superfícies e filtros de ar cerâmicos», da start-up Smart Separations, liderado por Hugo Macedo, foi o grande vencedor desta edição, tendo conquistado o «i3S Health Innovation Prize», atribuído pelo i3S, Vallis Capital, Câmara Municipal do Porto e TECNIMEDE, que inclui um prémio monetário, no valor de 20 mil euros e um pacote de valor idêntico em serviços de apoio à inovação, patrocinados pelo programa de aceleração Resolve-Health, do i3S. A acrescentar a este prémio, a Smart Separations arrecadou ainda o Porto Business School Award e um prémio da empresa de patentes Patentree.
A «Smart Separations», explica Hugo Macedo, desenvolveu um revestimento nanotecnológico com propriedades antimicrobianas que consegue destruir não só vírus do tipo betacoronavírus, como o SARS-CoV-2, mas também outros vírus, bactérias e fungos em segundos». O CEO desta startup explica que este revestimento «pode ser incorporado numa gama alargada de materiais, incluindo madeira, metal, tecido e filtros de ar cerâmicos e facilmente aplicado a várias superfícies de contacto frequente». Esta solução, acrescenta, «é particularmente útil em locais frequentados por um elevado número de pessoas onde o risco de transmissão por superfícies contaminadas e ar é alto, como é o caso de escolas, hospitais, lares, transportes públicos, escritórios e fábricas».
O projeto "C-mo, um dispositivo médico para a avaliação da tosse de doentes no dia-a-dia" da start-up C-mo Medical Solutions conquistou o segundo Porto Business School Award. Sara Lobo, co-fundadora da start-up, explica que «o C-mo é um dispositivo médico wearable que faz a monitorização automática das características distintivas da tosse no dia-a-dia do doente, tal como a sua frequência, o tipo (seca ou produtiva, com ou sem pieira) e padrões de tosse associados». Sara Lobo, adianta ainda que «a capacidade do C-mo de relacionar a tosse com parâmetros fisiológicos relevantes, tais como a temperatura corporal, permite aos médicos obter informações extremamente valiosas, que são particularmente importantes durante esta pandemia dada a premência de se expandir o conhecimento sobre a COVID-19». A tosse, sublinha a investigadora, «é um sintoma altamente rico em informação fisiopatológica relevante, mas até agora essa informação estava fora do alcance dos médicos dada a considerável imprecisão que advêm das descrições subjetivas dos pacientes. Deste modo, em termos práticos, o C-mo permite diagnósticos mais precisos e a prescrição de tratamentos mais customizados e em função do quadro clínico do doente».
Neste contexto da COVID-19, acrescenta Sara Lobo, o C-mo permite «acompanhar a recuperação dos doentes e consequentemente detetar deteriorações com grande antecedência. Além disso, acrescenta «é também uma ferramenta valiosa para avaliar a eficácia de tratamentos para a COVID-19 e muitas outras doenças respiratórias, tanto na prática clínica como em ensaios clínicos»
A 3ª Edição do Prémio de Inovação em Saúde | i3S Health Innovation Prize, desta vez dedicada a encontrar soluções no combate ao SARS-CoV-2, distinguiu quatro projetos inovadores nas áreas da prevenção, monitorização da doença, terapia e proteção. Foram eles: um revestimento nanotecnológico para tornar as superfícies antivirais; um dispositivo médico para a monitorização da tosse de doentes; uma terapia contra a sépsis (uma inflamação descontrolada amplamente presente em pessoas que faleceram com Covid-19) utilizando uma proteína natural humana; e uma plataforma de desenvolvimento de anticorpos neutralizantes contra SARS-CoV-2 para serem utilizados, por exemplo, num BioSpray Anti-Coronavírus.