A “2nd Global Consumer Brand Relationships Summit” acontece já no próximo dia 18 de Maio, na Porto Business School, e vai reunir especialistas no relacionamento dos consumidores com as marcas. Ricardo Cayolla, professor convidado da Porto Business School e um dos oradores do evento falou-nos sobre o tema da sua intervenção, Brand Sacrifice.
“As marcas têm de manter a sua identidade”
O relacionamento das marcas com os consumidores assume um papel fundamental nos processos de adaptação aos mercados, bem como das suas necessidades. Mas para o fazer, e de acordo com Ricardo Cayolla, “é importante termos uma base forte, mas que nos dê alguma transversalidade. Não há uma forma formatada, de maneira tipificada, de fazer as coisas. Isto porque os consumidores mudam. As pessoas têm tanta informação à sua disposição que mudam em muito a sua perceção das coisas. O importante é a marca não perder a sua identidade. Tem de saber muito bem aquilo que é e depois definir aquilo que quer transmitir”.
E dá um exemplo clarificador: “Se eu for a um McDonald´s não vou pedir enguias com batatas ou um filé mignon. Eu vou pedir o que está no menu. E as marcas têm que ter um menu muito claro. É o ponto de partida para se poderem adaptar devidamente aos mercados. A McDonald’s, em Portugal, tem café e sopa, mas nos Estados Unidos não tem”.
Para o docente da Porto Business School “as marcas têm de ter um conteúdo [e uma identidade] muito claras e, a partir daí, ter uma flexibilidade no sentido de chegar a um ou outro público que de uma forma geral não conseguiria chegar”.
O sacrifício pela marca
Na CBRA Summit, que se realiza no próximo dia 18 de maio, na Porto Business School, Ricardo Cayolla vai abordar o tema “Brand sacrifice”, que, segundo o próprio “foi um tema eu que cunhei e faz parte da minha tese de doutoramento”. E no contexto das marcas “entende-se o sacrifício como uma troca. O sacrifício é muito antigo. No passado o que se fazia era sacrificar pessoas [no seu limite] para erradicar doenças ou animais para haver maior bonança. Portanto, eu entendo o sacrifício como uma troca. Imagine-se uma pessoa que passa a noite numa fila junto a uma bilheteira para comprar um bilhete. Ela está a sacrificar o seu tempo por um bem maior que é ver a sua equipa a jogar. Mas isto acontece com marcas não tão emocionais, como a Apple por exemplo. Na minha ótica o sacrifício pela marca é aquilo que nós estamos dispostos a trocar para podermos ter acesso à vivência, à experiência e, no fundo, ao lado emocional dessa marca”, explica.
Sobre a importância de eventos como a CBRA Summit, Ricardo Cayolla, parte da organização, refere que o tema do brand relationship é recente e por isso “é importante darmos visibilidade daquilo que já se está a fazer nesta área, mas que passa pouco para a sociedade em geral”. Já relativamente ao objetivo do evento, Ricardo Cayolla aponta para o facto de “termos dois âmbitos completamente diferentes. Um de âmbito internacional com especialistas do Reino Unido, Estados Unidos e Brasil que vêm partilhar as experiências nos seus países, tanto ao nível da investigação como ao nível empresarial, e um de âmbito nacional – com especialistas reputados –focadas em apresentar o que melhor se faz em Portugal”.
Fundada em 2013, a Consumer Brand Association Association (CBRA) é uma rede mundial de profissionais e académicos cujo interesse passa pelo estudo das relações que os consumidores têm com as marcas. De acordo com a CBRA, “o objetivo é promover esse campo, avançar no conhecimento, facilitar o intercâmbio de informações e incentivar a colaboração”. A “Global Consumer Brand Relationships Summit” é das iniciativas da CBRA, que já vai na sua segunda edição.
Para mais informações sobre a CBRA Summit e inscrições p.f., visite http://bit.ly/2pBjVHE