Negócios circulares apostam na partilha de recursos e na reciclagem de produtos
Os negócios circulares vieram para ficar. Além de serem mais sustentáveis, permitem poupanças significativas, pela lógica da partilha de recursos. Plataformas de carsharing ou projetos de compostagem comunitária são apenas alguns dos bons exemplos da economia circular.
Um pouco por todo o mundo há bons exemplos de negócios e projetos de economia circular, rumo a um ciclo produtivo mais sustentável, em toda a cadeia de valor e que, ao promover a reutilização dos recursos e dos materiais, está a contribuir significativamente para a diminuição da pegada ecológica.
A Associação Circular Economy Portugal (CEP) tem contribuído para a implementação de projetos e negócios em Portugal, com base em modelos de economia circular. E o trabalho desta associação tem dado frutos, com a concretização de quatro projetos em setores de atividade distintos: “Repair Café”, uma iniciativa que vai já na 10ª edição e em que todos colocam "as mãos na massa" para dar uma nova vida a peças de mobiliário, roupa, pequenos eletrodomésticos e brinquedos cujo destino seria o lixo; “ComBOA!”, um projeto de compostagem comunitária a iniciar em janeiro de 2018, em Almada e em Campolide, em Lisboa; “Re:Costura”, um programa de reutilização e transformação de materiais têxteis; e o “Plástico Circular”, um projeto que pretende transformar o plástico em novos produtos úteis, utilizando o potencial da impressão 3D, com o objetivo de sensibilização para o uso consciente de plásticos. Como uma rede promotora da partilha de boas práticas e de soluções da economia circular, a CEP ajuda não só a implementar projetos assentes neste modelo económico, como presta apoio às empresas, através do apoio no desenho e implementação de estratégia "desperdício zero".
A nível global, há outras iniciativas que se destacam. A CEP refere como boas práticas os projetos “Floow2”, um projeto de partilha de recursos como equipamentos ou serviços B2B, a primeira plataforma de carsharing de particulares “Booking Drive”, e o projeto municipal de compostagem urbana, “Recycle City”, em Itália. Já Mark Esposito, especialista em estratégia socioecónomica e professor convidado da Porto Business School, elege a Philips como um bom exemplo de uma empresa que usa este modelo económico, referindo o projeto de iluminação do Aeroporto Schipol, em Amesterdão e a unidade de renovação de sistemas de imagiologia, em Best, na Holanda, que a partir do conceito "design for re-use" amplia o ciclo de vida e o valor residual dos sistemas de imagiologia, com impacto financeiro e ambiental. O Rype Office - que permite criar novos móveis a partir de móveis existentes, proporcionando ao cliente um novo produto sem alterar a estrutura do mobiliário original, mas com muito menos custos do que um móvel novo- é outro dos exemplos de referência apontados por Mark Esposito.