A transformação não tem a ver com modelos de negócio, nem com tecnologia, nem métodos de trabalho. A transformação é cultural e depende do que a organização pensa e do seu mercado. É assim que Silvio Meira, cientista, professor, empreendedor brasileiro e também fundador da CESAR, Genomics e Lately, olha para a transformação das grandes empresas, que, devido às grandes mudanças que ocorrem no seu ecossistema, acabam por ter de enfrentar o problema de criar e entregar valor.
Com uma linha de pensamento influenciada pela área de computer science, Silvio Meira considera que quando as organizações vêm de um passado industrial e têm por base formas de conduzir o seu negócio sustentadas num certo tipo de gestão bem estabelecida e sofisticada, com certo tipo de padrões e com vista a altos rendimentos, o caminho será sempre a sua “morte” - pois são estas as empresas que não estão preparadas para sobreviver.
Independentemente das mudanças à sua volta, dos sinais, das pessoas que trazem para dentro do seu núcleo ou da consultoria que contratam, torna-se muito provável que as pessoas dentro da organização, que são motivadas e remuneradas pelo atual sistema de performance, comecem a entrar num “estado de negação da realidade”. E este é um dos indicadores que leva à sua rutura, o que poderá não ser de um dia para o outro, mas sim daqui a 5 ou 10 anos.