Gestão da Mudança: “Nós somos seres humanos, por isso vamos parar de falar só de chavões de negócios”
Não basta adotar estratégias de mudança nas organizações. É preciso que a gestão da mudança seja feita de uma forma eficaz para que traga resultados positivos e, para isso, as empresas têm de valorizar mais o seu capital humano. A análise é de Melanie Wild-Schleiffelder, Senior Business Transformation Manager da Nokia Networks e oradora convidada de mais uma Masterclass na Porto Business School.
Com mais de 15 anos de experiência em liderança, gestão e consultoria em empresas multinacionais de setores diversos, das telecomunicações à indústria farmacêutica, passando pela banca, Melanie Wild-Schleiffelder ajuda quadros de empresas e colaboradores a enfrentarem e a adaptarem-se às constantes exigências e instabilidade dos mercados, a identificarem as oportunidades e a desenvolverem as suas capacidades rumo a uma mudança positiva.
A sua experiência nas diferentes empresas por onde passou indica que a maioria dos processos de transformação e de mudança ainda falham nas organizações. Porquê? “O que eu aprendi é que os aspetos humanos relacionados com estas mudanças - como é que como pessoas respondemos a estas mudanças - não é tido em conta”, afirma.
Por isso, é essencial que as organizações valorizem o capital humano. “As empresas vão ter melhores resultados rumo a uma mudança positiva se tiverem em conta a opinião das pessoas que possam expressar os seus receios, os seus pensamentos, apresentar as suas soluções, possam fazer parte das soluções”, sustenta Melanie Wild Schleiffelder, que esteve na Porto Business School, numa masterclass sobre gestão de mudança, a partilhar experiências e treinar competências soft, essenciais para que os participantes possam estar preparados para "fazer a mudança acontecer".
Os processos de mudança exigem, acima de tudo, empatia, como estratégia rumo a uma mudança positiva, continua a Senior Costumer Business Transformation Manager na Nokia Networks. “Primeiro é preciso perceber os receios da mudança nas pessoas, as suas reações, quais são as curvas de resposta. A pessoa que está à nossa frente precisa de sentir essa empatia. E esse é o início. A partir daí, qualquer um pode crescer e ser promotor de mudança, e criar impacto e mudanças significativas nas organizações”, sublinha.
A mudança é inevitável e está em todas as esferas - na vida privada, na vida profissional e na sociedade em que vivemos. Por isso, temos de estar preparados para os riscos que a mudança acarreta. É nesta matéria que as escolas de negócio têm um papel fulcral, enquanto entidades que preparam agentes de mudança.
“Diariamente somos confrontados com termos como aceleração e inovação; com a importância de aumentar vendas, de nos reinventarmos, de sermos criativos. Mas todos estes termos são palavras vazias para os colaboradores de uma organização. Temos de refletir mais sobre o que as pessoas precisam. Nós somos seres humanos, por isso vamos parar de falar só de chavões de negócios. Vamos recuar e perguntar: Como se sente no seu novo emprego? Há alguma coisa que possa fazer para o ajudar nesta nova função? A um nível com um maior grau de empatia, preocupação e demonstrar interesse pela outra pessoa”, sublinha a Senior Costumer Business Transformation Manager na Nokia Networks.
E isto tem tudo a ver com a forma de comunicar de forma eficaz e com impacto, por isso, os líderes “têm de ter a capacidade de comunicar, também a um nível emocional. Seja para os membros do staff, para os outros líderes da organização e em todas as hierarquias, para que falem a mesma linguagem, de uma forma mais humana e que tenham a consciência do que isso realmente significa”, refere.
Foco estratégico, um maior envolvimento, empatia, atitude positiva, criatividade são competências essenciais a uma gestão da mudança eficaz.