No final de setembro, o Centre for Business Innovation (CBI promoveu o Fórum “What’s next? Digital Humanism”, evento anual, que nesta edição contou com oradores das áreas da inovação, empreendedorismo, sustentabilidade e transformação digital e reuniu mais de 100 participantes.
A missão deste evento, moderado por João Barros, Strategic Director do Center for Business Innovation (CBI) da Porto Business School, e Chief Platform Officer da Nexar, centrou-se na reflexão e debate sobre como manter a nossa humanidade e o nosso foco num mundo cada vez mais digital, onde as tecnologias proporcionam distrações ilimitadas?
Nas diversas sessões, que contaram com especialistas em áreas de conhecimento distintas, uma certeza foi partilhada por todos: a tecnologia veio para ficar e com ela surgem desafios claros para a humanidade, para o presente e o futuro da nossa existência enquanto seres sociais, e da qual o trabalho é, sem dúvida, um elemento relevante. Sendo incontornável a importância da tecnologia, o foco foi compreender como esta deve ser percecionada – enquanto um elemento facilitador e não enquanto um elemento desagregador.
Alguns dos oradores presentes deixaram a sua perspetiva sobre o contributo deste evento para o debate sobre as mudanças de mentalidade emergentes no mundo empresarial.
Para Tim Papandreou, CEO e Fundador da ETA, e ex-Chief Innovation Officer da San Francisco Municipal Transportation Agency: “o mais extraordinário foram as diferentes perspetivas que saíram destas conversas. Percebemos que a tecnologia deve ser encarada enquanto uma ferramenta, que não deve servir para nos controlar ou nos separar, mas deve ser sim um mecanismo que nos ajuda a concretizar os nossos objetivos.”
Verónica Orvalho, Fundadora e CEO da Didimo e Professora e Investigadora na Universidade do Porto, destacou: “falou-se aqui de como conseguimos manter o foco e não dispersar. Esta é uma decisão. Se nós somos os nossos valores, rodeamo-nos de pessoas com valores similares, formando um ecossistema ao nosso redor, que vai ajudar cada um de nós a tomar as decisões certas. A tecnologia acaba por ser mais um elemento para podermos concretizar aquilo que pretendemos fazer".
Já Rui Quinta, Managing Partner da With Company, convidou os participantes a refletir sobre o futuro do design e a transformação social: falando sobre o futuro do design, este é sistémico, cada vez mais complexo, multidimensional, transdisciplinar, entrelaçado, em rede, sem limites. Indissolúvel. Como tudo à nossa volta, como qualquer outra disciplina, o Design irá lutar pela sobrevivência. Vai crescer exponencialmente e, estando em todo o lado, vai deixar de existir”.
Por sua vez, Margarida Couto, Presidente do GRACE (Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial), vem ainda reforçar: “a mensagem que eu deixaria, sobretudo às empresas, visto que eu venho do mundo empresarial, é que devem prestar mais atenção ao que as rodeia, tentem compreender as mudanças societais que estão a acontecer, tentem deixar de negar que só há um caminho, que é o da sustentabilidade. Se não fizerem nada disso, vão destruir muito valor e não apenas valor financeiro, é também capital humano”, o que evidencia a necessidade de as empresas estarem com o radar ligado, caso contrário, irão perder o que de melhor têm – os seus colaboradores.
Para João Barros, Strategic Director do Centre for Business Innovation (CBI) da Porto Business School, Chief Platform Officer da Nexar e Professor Catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, "foi fantástico podermos contar com a presença, a sabedoria e a inspiração de vários dos nossos melhores empreendedores, engenheiros, juristas, designers, artistas e pensadores. Ficou provado que é na intersecção de todas estas áreas de conhecimento que encontraremos o humanismo digital de que o mundo tanto necessita. É um grande privilégio para o CBI e a Porto Business School poderem servir de ponto de encontro e catapulta para todos os que aspiram a liderar esta mudança.”