Chegamos a um momento no contexto mundial em que as organizações enfrentam novamente desafios depois de dois anos de pandemia, restrições e sucessivas adaptações e readaptações.
Não há grandes dúvidas de que os próximos tempos, meses ou mesmo anos, trarão às organizações desafios que em muito dependerão da performance das suas instalações; e não é por isso surpreendente que o Facility Management tenha de ver reforçado o seu papel.
As instalações, os edifícios e as infraestruturas assumem uma importância altamente significativa para a prossecução dos objetivos estratégicos das organizações, envolvendo, não apenas, a produção e a prestação de serviços, mas também o bem-estar dos colaboradores, clientes e até mesmo visitantes.
Mais ainda: a performance das instalações impacta diretamente na estrutura de custos das organizações, nomeadamente no concerne aos gastos com energia, água, gás, limpeza, vigilância, manutenção, jardinagem, catering, fardamento, consultadorias técnicas, gestão de investimentos, por exemplo.
Os desafios avizinham-se e adensam-se uma vez que as organizações dependem, em muito, da performance das instalações, que se traduzem na perspetiva de gastar menos e/ou substituir fontes de energia, consumir menos água, reagir as alterações climáticas, adaptar a mobilidade dos utilizadores, fazer mais com menos, substituir consumíveis sem aumentar stock, não afetar a capacidade de produção, entre outros.
É certo, que alguns destes desafios já vinham a ser resolvidos, enquanto medidas de melhoria contínua, mas face à nova realidade do mundo, somos impelidos a reagir e a atuar. E esta atuação deverá incidir onde as competências de contexto, comportamentais e técnicas são fundamentais para a adaptação de um sistema de facility management da organização aos recursos existentes sem comprometer os objetivos estratégicos.
Por isso, se a importância do facility manager na organização era indubitável antes, mais o é agora que vivermos tempos de incerteza e escassez de recursos humanos, energéticos, materiais, entre outros. É importante reforçar que a sua atuação terá de ser ainda mais eficaz, sem comprometer a qualidade, os níveis de serviço, a segurança, a satisfação dos utilizadores e a capacidade da organização em focar-se nas suas competências nucleares – criar valor.
É nestes tempos que um facility manager verá o seu papel na organização ser mais reconhecido e valorizado, e para isso terá de reforçar o seu “canivete suíço” de competências para melhorar a sua eficiência de operação e a eficácia da sua organização.
Bento Aires, diretor do programa Facility Management.