A IDC, parceira da Porto Business School nos programas de Digital Transformation, divulgou a edição preliminar do relatório “Startup & Entrepreneurial Ecosystem Report, Portugal 2021” que apresenta uma visão do ecossistema empreendedor e de startups português.
A edição preliminar deste relatório permite identificar um conjunto de fatores críticos que deixam entrever, por um lado, as tendências atuais do mercado e, por outro, o impacto da pandemia no ecossistema startup, nomeadamente, o choque de capital e a procura.
Em Portugal, 4 em cada 10 startups contam apenas com 3 meses ou menos de liquidação e 72% das startups registaram uma diminuição de lucros, consequência da diminuição de venda e do adiamento de projetos. No entanto, para 42,3% das startups que sobreviveram a pandemia trouxe-lhes grandes oportunidades de negócio.
Apesar de jovem e de pequena escala, o crescimento do ecossistema startup português é estável. Atualmente o ecossistema startup português representa 1% do PIB português, ocupando a 12ª posição do Top 100 Emerging Ecosystem do Ranking Startup Genome. Portugal é também considerado o 12º país da União Europeia mais inovador de acordo com o Innovation Scoreboard EU.
As probabilidades de transformar uma startup numa empresa Unicórnio são melhores na Europa (1,22% das empresas) comparativamente aos EUA (1,07%). Das 208 empresas unicórnio sediadas na Europa, 2% estão em Portugal: Farfetch ($22B), Outsystems ($9,5B), Talkdesk ($3B) e Feedzai ($1,3B). Existem também algumas startups no panorama nacional a crescer a bom ritmo, entre as quais, Aptoide, Unbabel, Uniplaces, DefinedCrowd, Veniam e Sword Health.
Portugal tornou-se um destino atrativo para a incubação de startups não só pela qualidade de vida, clima e talento especializado, mas também pela atenção global que tem vindo a conquistar desde que Lisboa recebeu a WebSummit, em 2016.
O Ecossistema português em números
Em 2020 existiam 2159 startups no nosso país; 13% acima do número médio per capita na Europa.
O ecossistema do empreendedorismo e startups conta essencialmente com startups tecnológicas (33%) e B2B (17%). As fintech representam 10% do ecossistema e as startups ligadas às ciências da saúde representam 8%.
O modelo de negócio adotado pelas 25 principais startups revela-se também um dado interessante: 70% adotaram o modelo baseado em subscrições, 17% designam-se marketplaces e apenas 4% são empresas de manufacturing. Verifica-se uma transformação dos negócios rumo à inovação e digitalização.
O Talento Português
Pelas suas competências e flexibilidade, o talento nacional é considerado um elemento crítico para a aceleração do ecossistema de startups.
Em 2020, 28% da população portuguesa entre os 25 e os 64 anos tinha um nível de educação superior e a população entre os 25 e os 34 anos com educação superior representava 42%. Do universo de líderes das startups, 56% possuem o grau de mestre.
Este ano Portugal voltou a subir no ranking dos países mais competitivos a nível mundial, de acordo com o ranking de competitividade do IMD World Competitiveness Center, divulgado em junho deste ano.
O IMD World Competitiveness Ranking coloca Portugal na 36ª posição do Ranking, subindo uma posição face a 2020.
A Porto Business School foi, pelo sexto ano consecutivo, a parceira exclusiva nacional do IMD para Portugal na elaboração deste ranking que analisa os indicadores que tornam o país mais competitivo. Das quais se destacam: a mão-de-obra qualificada (85%), o custo de oportunidade (76%) e as infraestruturas (69,3%).
Nos últimos 5 anos, o número de estudantes estrangeiros a estudar em Portugal tem crescido significativamente. Na sua maioria são provenientes do Brasil, contudo, a Europa está também bem representada; em particular pela Alemanha e Itália.