"Digital by Default": o impacto na vida dos indivíduos e das organizações
A transformação digital é inevitável e com ela transporta muitos desafios, sendo a literacia digital e a democratização do acesso à tecnologia um dos mais exigentes. Mas qual o impacto da transformação digital nas organizações, nas empresas e nas nossas vidas? No próximo dia 21 de novembro, o tema da transformação digital vai estar na ribalta, numa iniciativa promovida pelo MUDA - Movimento pela Utilização Digital Ativa - em parceria com a Porto Business School.
Quais são os desafios da implementação do digital em Portugal? Qual é o papel do Governo e das empresas? Que legislação existe para regulamentar a sociedade digital? O que é que a agenda digital traz para a economia Europeia? Quem são os líderes digitais do futuro?
Estas e outras questões dão o mote para a conferência “Digital By Default”: Impact On Government, Companies and Consumers”, que decorre no dia 21 de novembro, na Porto Business School e que traz ao palco especialistas na área digital, representantes do Governo e da Comissão Europeia nas áreas do digital e da inovação.
A iniciativa é promovida pelo MUDA - Movimento pela Utilização Digital Ativa -, em parceria com a Porto Business School, e pretende promover a sensibilização para um tema que está na agenda económica de vários países. Uma iniciativa que pretende ser um fórum de discussão sobre os desafios para a construção de uma sociedade e economia digital em Portugal e os seus impactos no Governo, nas empresas e nos consumidores.
Portugal já deu passos importantes rumo a uma sociedade mais digital e inclusiva, sobretudo nos últimos dez anos. O impacto deste percurso é notório na administração pública, com a implementação de iniciativas como o Simplex, em 2007, o Simplex +, em 2016, os contratos públicos eletrónicos obrigatórios, em 2009, e a interação digital obrigatória com a autoridade fiscal, a partir de 2013, entre muitos outros exemplos.
Apesar desta oferta de serviços digitais para os cidadãos e para as empresas, ainda existe um conjunto de obstáculos normativos - legislação e regulação - que impedem um maior nível de desmaterialização na relação entre empresas e consumidores, bem como, na relação entre empresas e o Executivo. Da mesma forma, há ainda, no nosso país, assimetrias regionais profundas no que diz respeito à cidadania digital ativa, e um grande desconhecimento das ferramentas digitais disponíveis e seu potencial de aplicação em tarefas e necessidades diárias.
Mas a evolução tem sido muito positiva, sobretudo em termos de oferta de serviços online e de infraestruturas digitais. Há ainda um caminho a fazer no que diz respeito ao n.º utilizadores de Internet – apesar de mais de 70% dos portugueses já usarem a Internet, há ainda um caminho a percorrer para atingir a média Europeia de 84%. Já no que toca à utilização avançada, Portugal está em linha com a média Europeia, com um número de utilizadores com competências digitais avançadas que ronda os 28%, face aos 29% da média Europeia.
Para melhorar a tendência e com o objetivo de promover a cidadania digital ativa dos portugueses, o MUDA - Movimento pela Utilização Digital Ativa - surgiu, em maio deste ano, da fusão de vontades de empresas, bancos, operadoras de telecomunicações e instituições de ensino - nas quais se inclui a Porto Business School - e que conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência, o Presidente da República.
A estratégia do MUDA assenta em nove pilares da cidadania digital: acesso, comércio, comunicação, literacia, etiqueta, legislação, liberdade, saúde e segurança, áreas estratégicas de atuação para a promoção do acesso à internet, junto dos portugueses.
O MUDA compromete-se assim a encorajar a participação portuguesa no espaço digital, contribuindo para um país mais avançado, inclusivo e participativo, contribuindo para reduzir o número de pessoas que nunca acederam à Internet e aumentar o número de utilizadores com competências avançadas.