Clark Kellogg, especialista em Design Thinking e professor na UC Berkeley’s HAAS School of Business foi o orador de mais uma Master Class para alunos das Pós-Graduações da Porto Business School. Falou de Design Thinking e da importância de ouvir os consumidores e saber fazer as perguntas certas no processo de inovação e desenvolvimento de novos produtos e serviços. E sobre como o Design Thinking pode “fazer do mundo um lugar melhor”.
Clark Kellogg é um orador nato. Tem a capacidade para manter uma audiência desperta e atenta perante todo o conhecimento que tem para partilhar. E consegue fazer com que todos se sintam envolvidos nas temáticas que aborda. Neste caso da Inovação e Design Thinking.
Como o próprio diz “nesta fase da minha vida, e após anos de trabalho nesta área, o meu objetivo é partilhar a minha experiência com as gerações mais novas. Quero que aprendam algo comigo e, acima de tudo, que o possam utilizar no seu quotidiano de forma positiva”.
Isso e mudar mentalidades. “É que no mundo dos negócios nem sempre se aceitam novas ideias. O ser humano não gosta de mudanças. Grupos de pessoas têm ainda maior relutância na mudança. A área dos negócios é ainda mais resistente à mudança, e em parte, isto é motivado por um pensamento a curto prazo – os objetivos e os relatórios trimestrais - bem como pelo processo de tomada de decisão, ainda muito enraizado, muito hierárquico – O CEO tem sempre razão! As pessoas que trabalham em inovação e design thinking deparam-se muito com este problema, o de serem vistos como estranhos e terem ideias impossíveis. Os gestores nem sempre estão abertos a mudanças. Gerem-se muito pelos resultados imediatos e pouco pelo risco. O que é compreensível. Mas, também, deveria haver mais flexibilidade”.
E pelos aplausos longos - que pareciam não ter fim após a sua sessão - tudo nos leva a crer que consegue realizar esse seu objetivo: “partilha de experiências e uma maior consciencialização de que inovar passa muito pela criatividade e apostar em coisas novas mesmo que por vezes possam parecer absurdas”.
Saber ouvir
No processo de Inovação, comunicação e a experimentação são essenciais. “A comunicação é muito importante em Inovação e Design Thinking. Ouvir é muito importante. Compreender os consumidores e as suas necessidades é o ponto chave da Inovação. Temos de falar com eles para chegarmos à questão essencial que é o que eles necessitam e onde nós podemos melhorar a sua interação com os serviços e produtos que utilizam”, salienta.
Mas o que é Design Thinking? Clark Kellogg diz que “é um nome mau para uma ideia brilhante”. Tal como a Inovação: “Não é fazer propriamente algo diferente, mas sim algo necessário”. Para Kellogg, Design Thinking e Inovação é “sairmos da nossa zona de conforto e fazer algo novo. É pensar diferente”.
E pensar diferente e querer fazer coisas diferentes nem sempre é fácil. Para Clark “a melhor forma para se chegar a uma ideia boa é preciso ter muitas boas ideias. Há que reformular as questões, fazer protótipos, testar e aprender com os erros”. Por isso é que defende que a parte mais importante no processo de Inovação é “compreender e observar. Ouvir os utilizadores e compreende-los é a parte mais importante”.