Todas as organizações têm a capacidade de ser mais do que a soma da inteligência e do talento das suas equipas. No entanto, a maioria não o é. De acordo com um artigo da Harvard Business Review (HBR), existem três formas simples de desenvolver a inteligência coletiva, promover a colaboração e estimular a inovação:
1. Criar ferramentas que permitam a todos comunicar inovação de forma estratégica
De acordo com artigo recente da HBR, a DARPA - The Defense Advanced Research Projects Agency - uma agência governamental focada em avanços transformacionais na área da segurança nacional, recorre a uma check list simples, com um conjunto de questões a que chamaram de Heilmeier Catechism (Catecismo Heilmeier, em honra de um antigo diretor) para pensar e avaliar propostas para programas de investigação. A check-list contém 8 questões simples:
- O que está a tentar fazer? Explique os seus objetivos usando linguagem simples
- Como é feito hoje, e quais são os limites da prática atual?
- O que há de novo na sua abordagem e porque pensa que será bem sucedida?
- A quem interessa? Se for bem sucedido, que diferença fará?
- Quais são os riscos?
- Quanto é que vai custar?
- Quanto tempo vai demorar?
- Quais são os "testes" intercalares e finais que lhe permitirão medir o sucesso?
Existem outras organizações aplicam os seus critérios de inovação num exercício de uma página - a “Product Concept Worksheet” que contém informação concisa do conceito de produto, da tecnologia a ser utilizada, da forma do produto e das necessidades do cliente que o produto irá satisfazer.
Estas são abordagens que podem ser facilmente aplicadas na maioria das organizações e proporcionam uma linguagem comum, permitindo que qualquer um possa propor uma nova ideia e, ao mesmo tempo que todos possam colaborar na sua avaliação.
2. Formular e testar ideias contínua e coletivamente
Em organizações ágeis, as ideias de inovação são submetidas a um processo constante de revisão, aperfeiçoamento e, se necessário, morte. O objetivo deste procesos é o de que apenas as melhores ideias sobrevivam. Mas este processo coletivo de formulação e aperfeiçoamento de ideias depende de pelo menos duas coisas:
- Orientações claras e facilmente compreendidas por todos (regras pré-estabelecidas simples, através das quais de podem avaliar as inovações propostas);
- Envolvimento de diferentes stakeholders desde cedo, no processo, para analisar e auxiliar no desenvolvimento da ideia. Nestes casos, quanto maior o grau de sinceridade no processo, mais rapidamente se eliminam as más ideias e se revelam as mais promissoras.
A existência de guidelines facilita o processo de avaliação de inovações e reduz o erro de apostar em ideias pouco testadas.
3. Liderar para facilitar a inovação
A maioria das organizações tem procedimentos estabelecidos, top to bottom, para determinar quais os projetos que devem avançar e quais as equipas a alocar a estas iniciativas. Por outro lado, empresas com cultura de inovação apresentam uma liderança invertida, facilitando abrindo caminho a novos projetos promissores e assegurando os recursos de que as equipas de inovação necessitam.
Ao colocar em prática estas recomendações, as empresas podem potenciar o conhecimento e experiência de todas as suas equipas para analisar, testar, melhorar e impulsionar ideias. Ao criar este pequeno "mercado de previsão de inovação" as organizações podem fazer pequenas apostas em muitas novas ideias, numa fase inicial, das quais apenas algumas se desenvolverão após uma verificação coletiva intensiva. E ao fazê-lo, estão a agregar toda a organização, tirando o máximo partido da inteligência e talento coletivo, na construção de um futuro real de sucesso.