“As escolas de negócio têm o desafio de formar líderes para o futuro”
A inovação e a criatividade enquanto fatores diferenciadores na competitividade da economia foi o tema da segunda edição da iniciativa Alumni Leading Readers, que trouxe à Porto Business School, Jaime Quesado, alumnus da Porto Business School e autor do livro "O Novo Capital".
"Desafios para uma nova economia da competência" deu o mote para a sessão apresentada por Jaime Quesado, MBA Alumnus (1990) que há 10 anos publicou o livro "O Novo Capital", um manifesto de posicionamento das novas tendências que marcam a sociedade do conhecimento, numa abordagem ao papel central que a dimensão estratégica da inovação e criatividade desempenha no contexto de uma economia global.
José Mendes, Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, que presidiu à sessão exclusiva para Alumni que decorreu no passado dia 13 de outubro, sublinhou a escassez de programas de especialização em inovação e empreendedorismo e reiterou o desafio que se impõe às escolas de negócio, na formação de líderes para o futuro. “Ninguém sabe quais vão ser os paradigmas e temos de ser capazes de nos reinventar”, frisou José Mendes.
Os desafios são grandes, mas constituem uma enorme oportunidade para as empresas que, cada vez mais, têm de gerir e otimizar recursos para combater fatores externos como as alterações climáticas, a evolução tecnológica, da indústria 4.0, a internet das coisas e o surgimento de novos modelos económicos, como a economia circular, continuou José Mendes.
Para o Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente os drivers de futuro assentam nos negócios de economia circular, como a partilha de veículos ou de escritórios, alinhados com a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, com um conjunto de medidas nas áreas de desenvolvimento sustentável - social, económico e ambiental.
Em jeito de balanço, uma década após o lançamento do livro de Jaime Quesado, Carlos Melo Brito, Professor da Porto Business School e Pró-Reitor da Universidade do Porto para as áreas da Inovação e Empreendedorismo, acredita que a economia portuguesa está muito melhor porque tem sido capaz de acrescentar valor através do investimento no ensino e na ciência, pelo esforço de inovação e valorização do conhecimento. “Portugal investe mais na produção científica mais do que a vizinha Espanha e a Itália. O investimento em Portugal em I&D representa 1,4% do PIB”, afirmou.
Carlos Melo Brito, que esteve recentemente numa visita a Silicon Valley, reiterou o talento, a competência e o conhecimento em Portugal, ao nível dos melhores países do mundo. O grande desafio das instituições de ensino, sublinhou, é a transformação do conhecimento em soluções para as empresas.
José Manuel Fernandes, administrador do Grupo Frezite, que também integrou o painel de oradores da sessão, frisou a importância das empresas se adaptarem às novas tecnologias que têm à disposição, rumo à inovação e criatividade, e fazerem parte de clusters estratégicos a nível nacional e internacional. “Estamos a caminhar para o patamar da alta especialização".
O empresário reiterou ainda a aposta das empresas no capital humano, que será o fato diferenciador no mercado na próxima década e elogiou o contributo de Jaime Quesado, através da sua obra que inclui recomendações estratégicas e orientadas para a sustentabilidade e para a inovação.
O autor do livro “O Novo Capital” concluiu a sessão frisando que nestes últimos dez anos, Portugal não foi “muito feliz” - perdeu escala e captação de investimento estrangeiro - exceção feita aos setores agroalimentar e da indústria automóvel, que assistiram a um cresimento. A rematar, Jaime Quesado realçou a importância da ligação das universidades às empresas como fator de transformação de conhecimento e de uma articulação mais efetiva, entre instituições.