Os atletas de alta competição referem com frequência que a última parte da prova, a “extra mile” é a mais difícil. Dizem que o último quilómetro, os últimos minutos da competição são os mais árduos. Mas é precisamente aqui onde se definem os vencedores.
Os atletas de alta competição referem com frequência que a última parte da prova, a “extra mile” é a mais difícil. Dizem que o último quilómetro, os últimos minutos da competição são os mais árduos. Mas é precisamente aqui onde se definem os vencedores.
Assim como no desporto, na formação/educação, percorrer a “extra mile” conduz, em geral, à excelência. Isto não significa necessariamente estudar e trabalhar mais horas e de forma altamente intensiva. Mas, exige, disciplina e organização, pensar melhor, assumir novos desafios, procurar oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional, e construir relações com mentores e com pares.
Percorrer a milha extra significa superar as expectativas, ousar pensar fora da caixa, ir um pouco mais além. “It's never crowded along the extra mile” (Wayne Dyer) (Nunca existe congestionamento ao longo da milha extra). E, por isso, para além de superar as expectativas, como são menos os que vão mais além, destacam-se e podem ver as suas oportunidades exponenciadas.
No caso da formação executiva, num MBA, por exemplo, ir mais além não se refere apenas ao empenho determinado na aquisição, maturação e aplicação dos conhecimentos essenciais ao desempenho profissional. Para além dos conhecimentos sólidos em Finanças, Marketing, Operações, Economia, Estratégia, Liderança, Empreendedorismo, Análise (Analytics) e outras temáticas críticas, tem de existir o desejo pela busca da excelência pessoal.
É a “extra mile”! Refiro-me, pois, à tomada de iniciativa em aprender mais, em desafiar o professor e os colegas com perspetivas diferentes, talvez mesmo, inesperadas e controversas. Ser capaz de construir relações com a comunidade, participar em competições, promover eventos de networking, assumir a liderança de projetos e procurar oportunidades de aprendizagem pessoal e de equipa. Também nos projetos de consultoria, de empreendedorismo ou de intra-empreendedorismo, é importante aceitar o desafio de percorrer a milha extra. Assumir-se um agente ativo de inovação no contacto direto com as organizações do ecossistema.
Outro exemplo de atividades típicas de um “vencedor” é o envolvimento em estudos e análises de tendências empresariais ou económicas e a exploração de tópicos específicos (de nicho) que não façam parte do curriculum do programa. Revelam um conhecimento aprofundado numa área específica (setor, região demográfica ou outra), que os distingue e diferencia dos seus pares. Os alunos podem, ainda, percorrer a “extra mile” ao procurar orientação e mentoria junto dos professores, alumni, e profissionais de excelência. Ao construir relações com pessoas chave adquirem conhecimentos críticos sobre setores de atividades diferentes e desenvolvem uma rede de contactos, que poderá conduzi-los ao sucesso profissional.
“Here is the simple but powerful rule… always give people more than they expect to get.” – Nelson Boswell (Uma regra simples, mas poderosa... dar sempre às pessoas mais do que elas esperam obter).
Artigo de Rosário Moreira, Diretora do Executive MBA.