Passaram-se 10 anos desde que pela primeira vez ouvi a frase “Vivemos num mundo VUCA!”. Apercebi-me desde então que este chavão era usado por muitos professores, oradores, “motivational speakers”, consultores… para nos alertar para as transformações que iam acontecendo e para a maior dificuldade de antever cenários.
Nunca gostei deste acrónimo, “VUCA” (volátil, incerto, complexo e ambíguo). Talvez pela sua sonoridade, popularidade ou mesmo pela redundância de alguns dos termos. Heraclito de Éfeso no virar do século VI a.c. já o tinha exprimido de uma forma simples e brilhante, quando professava que “A única constante é a mudança”. Também o nosso Camões, no século XVI dedicou um soneto a este pensamento: quem não se lembra de “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. Mas o que é, de facto, pertinente, é que nunca a mudança aconteceu de uma forma tão rápida como nos últimos tempos, projetando-se que esta metamorfose continue a acontecer a um ritmo ainda mais acelerado.
É com este contexto que as empresas hoje se debatem. Numa realidade em que fazer planos de negócio a 5 anos começa a fazer pouco sentido, fruto de todo um contexto socioeconómico, político e tecnológico, competências como a agilidade na tomada de decisão ganham preponderância sobre conhecimentos técnicos anteriormente mais valorizados. São já vários os movimentos alinhados com uma mudança do recrutamento para um esquema de “skills first” (recrutamento baseado nas competências,e não na formação e experiência passada). É também esta a tendência partilhada pelo “World Economic Forum” (WEF), que destaca que haverá uma mudança de cerca de 50% no Skill Set relevante para emprego, já em 2027, o que trará uma forte necessidade de re-skilling.
No mais recente relatório de “Future of Jobs”, o WEF coloca o pensamento crítico e resolução de problemas no topo das competências que os empregadores esperam vir a ganhar maior destaque, nos próximos cinco anos.
No programa de Problem Solving & Decision Making da Porto Business School, pretendemos capacitar os participantes com um conjunto de ferramentas e incutir um mindset que permitam uma abordagem lógica e estruturada aos desafios que lhes possam ser colocados no contexto profissional. Esta abordagem passa por uma correta identificação do problema e suas causas, a avaliação do contexto envolvente, geração de soluções alternativas, tomada de decisão e priorização das ações. Este tipo de abordagem permite uma maior assertividade e conforto ao gestor que diariamente encontra inúmeros desafios pela frente, garantindo-se, assim, uma maior eficiência no processo de tomada de decisão.
Artigo de César Lima, codiretor do Open Executive Programme Problem Solving e Decision Making