No contexto do desenho de programas de formação customizados para empresas, é fundamental reconhecer a importância de um conceito que se alinhe com as necessidades específicas de cada organização. É neste ponto que o Design Thinking, com os seus princípios fundamentais, demonstra ser uma ferramenta interessante e útil.
Mas qual é a semelhança entre o Design Thinking e o processo de desenho de programas de formação customizados? Ambos partilham uma abordagem centrada nas necessidades das pessoas, uma mentalidade criativa, colaborativa e iterativa com o objetivo de desenvolver soluções práticas e orientadas para a ação.
Parece-me, então, relevante explorar como aplicamos estes princípios-chave do Design Thinking no processo de desenho de programas customizados.
1. Empatia em relação às necessidades das empresas:
Tal como o Design Thinking assenta na empatia em relação às necessidades dos utilizadores, o processo de desenho de programas customizados deve começar com uma compreensão profunda das necessidades e desafios específicos de uma organização. O que significa ouvir atentamente os stakeholders da empresa, bem como compreender a sua cultura, missão e valores. A empatia permite adaptar os programas de forma mais precisa, ajustando-os aos reais desafios da organização.
Posto isto, que aspetos devemos ter em consideração na hora de definir um plano de formação?
2. Abordagem criativa e multidisciplinar:
O Design Thinking incorpora diversas disciplinas e o processo de desenho de programas customizados também pode beneficiar desta abordagem multidisciplinar. Ao trazer profissionais de diferentes áreas para colaborar no desenho dos programas, é possível gerar ideias novas e relevantes que considerem as necessidades específicas da empresa. A combinação de conhecimentos e perspetivas diversas é fundamental para criar soluções inovadoras.
3. Processo iterativo e adaptativo:
O Design Thinking assenta num processo iterativo, que envolve ciclos de identificação de problemas, geração de ideias, prototipagem e testes. No desenho de programas customizados, uma abordagem semelhante é, sem dúvida alguma, uma mais-valia. Um processo iterativo permite que o desenho do programa seja continuamente ajustado com base no feedback dos nossos stakeholders.
4. Cultura colaborativa e cocriação:
Promover uma cultura de colaboração é um dos pilares tanto do Design Thinking como do desenho de programas customizados. Equipas multidisciplinares que trabalhem em estreita colaboração com os stakeholders da empresa podem explorar soluções mais eficazes e totalmente alinhadas com o impacto pretendido. A cocriação envolve a participação ativa da empresa no processo de design, garantindo que os programas correspondem às expectativas e objetivos da organização.
5. Transformação de ideias em realidade:
Tal como o objetivo do Design Thinking é transformar ideias em soluções práticas e inovadoras, o desenho de programas customizados visa transformar conceitos em programas de formação e desenvolvimento reais que tenham um impacto tangível na organização.
Concluindo, o Design Thinking e o processo de desenho de programas customizados adotam um mindset centrado no ser humano, abordagem criativa, colaboração multidisciplinar, iteratividade e foco na transformação de ideias em ação. É por este motivo que, na área de Corporate Solutions, adotamos princípios do Design Thinking para aumentar a eficácia e a relevância dos programas customizados nas empresas, ambicionando que respondam de maneira cada vez mais eficaz às necessidades específicas e aos desafios de cada organização.
Artigo de Sandra Chaves, Consultant da área de Corporate Solutions da Porto Business School.