A Inteligência Artificial (IA) revela-se como uma das tecnologias mais desafiadoras do século XXI, na forma como as empresas operam. Desde a automação de tarefas repetitivas até à tomada de decisões mais inteligentes e estratégicas, a IA está a alterar o dia a dia das empresas de forma inovadora e impactante. Neste artigo, exploraremos como a formação tem um papel fundamental neste processo, apostando no upskillig e reskillig dos colaboradores.
Um dos mais óbvios impactos da IA nas empresas é a automatização de tarefas repetitivas e rotineiras, permitindo que os colaboradores se foquem em tarefas de maior valor acrescentado, aumentando a eficiência geral da operação e a sua própria satisfação. A IA tem a capacidade de processar e analisar grandes volumes de dados em tempo real, apoiando a tomada de decisões estratégicas e ágeis, aumentando a precisão e a probabilidade de sucesso. Assistentes virtuais são usados para fornecer suporte ao cliente 24/7 e a análise de sentimentos baseada em IA pode avaliar a satisfação do cliente em tempo real, permitindo melhorar a experiência de maneira proativa. Além da automatização de tarefas individuais, também possibilita a automação e aceleração de processos transversais às organizações, aumentando a conformidade e a consistência.
No desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, orienta a criação de produtos mais alinhados às necessidades dos clientes e ao mercado.
À medida que a IA revoluciona o dia a dia das empresas, a capacitação adequada dos colaboradores é essencial para potenciar ao máximo os benefícios da tecnologia. Os colaboradores precisam do apoio das organizações e dos seus líderes para fazerem parte do potenciar dos resultados. A aposta no upskilling e reskilling é essencial.
No estudo da McKinsey “The state of AI in 2022—and a half decade in review”, as respostas indicam que tanto as organizações com elevado desempenho em IA como as outras organizações, estão a desenvolver competências dos colaboradores, técnicos e não técnicos, em IA, e quase metade afirma que estão a apostar no reskilling como forma de obter talento. No estudo deste ano “The state of AI in 2023: Generative AI’s breakout year”, e antecipando os próximos três anos, os inquiridos esperam que mais funcionários sejam requalificados do que despedidos. Quase quatro em cada dez empresas que adotaram IA, esperam que mais de 20% das equipas sejam reskilled.
Como tendência dos últimos anos, temos acompanhado as empresas no desenvolvimento dos seus colaboradores para, de forma muito customizada, prepararem as suas equipas para a importância do uso de dados de forma eficiente e avançada. A IA depende de dados de alta qualidade para funcionar corretamente e é preciso garantir que os sistemas sejam suportados em dados relevantes e exatos.
Atualmente, esta tendência é acompanhada pelo tema do digital, para que os colaboradores entendam a tecnologia e estejam prontos a retirar o maior partido dela: preparar as equipas para identificar oportunidades onde a IA pode ser aplicada. À medida que as organizações adotam soluções de IA, a formação em competências técnicas é vital, tais como a análise de dados ou algumas linguagens de programação. A ética e responsabilidade, a forma como a IA impacta a sociedade e a responsabilidade no uso da tecnologia estão também presentes nas nossas soluções desenhadas à medida das empresas com que temos trabalhado.
A constante evolução da IA está a reforçar a necessidade da formação contínua como nunca, e o investimento no desenvolvimento dos colaboradores desempenha um papel primordial para maximizar os benefícios da transformação impulsionada pela IA, ao garantir que as suas equipas estão bem preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades proporcionadas por esta revolução tecnológica.
Artigo de Ana Vasques, Consultant da área de Corporate Solutions da Porto Business School