Esta é uma questão que as empresas e organizações colocam com alguma frequência, daí ter escolhido partilhar a minha perspetiva sobre o tema.
Quando colocam esta questão, os interlocutores das empresas pretendem potenciar o impacto destas intervenções no desenvolvimento dos colaboradores. É um interesse legítimo, e cada vez mais presente, com o objetivo de maximizar o retorno do investimento de que tanto se fala, mas que, muitas vezes, é tão difícil de quantificar.
Para esta questão, não existe uma resposta certa! Os fatores que devem influenciar a decisão são múltiplos, a saber: os objetivos, até quando se pretende atingir esses objetivos, a quem se destina a intervenção, o valor de investimento disponível, a disponibilidade de tempo das equipas, a importância que tem para a empresa (mais estratégica ou mais operacional), etc.
Se por um lado, o coaching fornece suporte, orientação e desenvolvimento pessoal para os indivíduos que procuram desenvolver conhecimentos e competências numa determinada área, de forma personalizada e potenciando o seu impacto, por outro lado, a formação permite desenvolver competências num conjunto alargado de pessoas, em simultâneo, o que requer menor investimento.
Quando implementada em registo intraempresa, a formação permite ainda trabalhar a cooperação, o alinhamento e a comunicação entre colaboradores, mesmo quando não é focada nesses temas. Sabemos também que as aprendizagens em contexto de grupo permitem desenvolver o pensamento divergente, potenciando a inovação e resolução de problemas em equipa.
Podemos afirmar que: formação e coaching complementam-se! Daí que, sempre que é possível, sugiro que ambas surjam no desenho de uma experiência de aprendizagem. Diria também que se a empresa já realizou várias intervenções e o resultado ficou aquém do esperado, o desenho e a ponderação dos fatores devem provavelmente ser reequacionados.
Algumas das razões pelas quais o coaching é importante em percursos de formação:
Clareza de objetivos: O coaching ajuda os indivíduos a definirem objetivos claros e específicos na sua jornada de formação. Um coach pode ajudar a identificar áreas de interesse, pontos fortes e fracos, além de criar um plano de ação eficaz e personalizado para alcançar esses objetivos.
Motivação e responsabilidade: O processo de coaching mantém os indivíduos motivados e responsáveis pela sua jornada de desenvolvimento. Um coach atua como um parceiro, acompanhando o progresso e ajudando a superar obstáculos que podem estar a dificultá-lo. O coaching oferece um ambiente seguro para explorar esses desafios, identificar soluções e superá-los de maneira eficaz.
Em resumo, o coaching desempenha um papel crucial em percursos de formação, oferecendo suporte personalizado, orientação especializada e desenvolvimento pessoal.
É por isso que, cada vez mais, as melhores soluções disponibilizam às empresas e aos participantes diferentes metodologias, abordagens (formação, coaching, mentoring, tutoria, consultoria formativa) e formatos (online síncrono ou assíncrono, presencial, blended), procurando encaixar de forma cirúrgica nas necessidades de cada participante.
Coaching ou formação? Se quisermos dar apenas uma resposta, esta será: depende! Mas o que deve nortear a decisão será tirar o melhor partido do investimento, do tempo e do impacto pretendido, pois uma coisa é certa: se não soubermos onde queremos chegar, podemos seguir qualquer caminho, mas a probabilidade de nos cansarmos e não chegarmos a lado nenhum é enorme!
Artigo de Catarina Quintela, Diretora da área de Corporate Solutions da Porto Business School.