A inteligência artificial (IA) tornou-se uma realidade inegável no cenário empresarial global e, Portugal não fechou os olhos a esta transformação digital. Está a revolucionar o modus operandi das empresas e a forma como estas comunicam. É, assim, necessário explorar o seu impacto no dia a dia das empresas assumindo que é uma revolução (in)visível e irreversível.
Um dos aspetos mais evidentes do impacto da IA e da interação Homem-IA na comunicação empresarial em Portugal é a automação de processos. Desde a gestão de relações com clientes até à otimização de tarefas administrativas, a IA está a permitir que as empresas economizem e optimizem tempo e recursos. Chatbots, e assistentes virtuais e estão a tornar-se uma presença comum nos sites das empresas portuguesas, oferecendo um suporte ao cliente, 24 horas por dia durante todos os dias sem interrupções. Comandados por algoritmos e medido por KPI´s, os profissionais de comunicação terão de dotar-se de conhecimentos e competências sem precedentes. É exigido um pensamento crítico e um planeamento da comunicação cada vez mais estratégico e integrado das suas marcas.
Outro impacto impressionante é a personalização aprimorada. Mas será que esta customização one-to-one não traz desconfiança aos consumidores? A IA analisa grandes volumes de dados para entender o comportamento e as preferências dos clientes, permitindo às empresas em Portugal adaptar as suas mensagens e ofertas em tempo útil. Isso não só fortalece o relacionamento com os clientes, mas também impulsiona as vendas, a satisfação e a fidelização. Assim esperamos!
A acrescentar, é notório o seu impacto na analise de dados de mercado: as empresas podem agora usar algoritmos avançados para identificar tendências e insights escondidos em Big Data. Essa capacidade de análise de dados é inestimável para tomar decisões informadas e desenvolver estratégias de negócios eficazes.
No entanto, essa revolução tecnológica não é isenta de desafios. Um dos principais desafios enfrentados pelas empresas em Portugal é a integração da IA nas suas operações: por um lado, muitas empresas ainda estão em fase de adaptação, enfrentando obstáculos tecnológicos e organizacionais para implementar com sucesso a IA nas suas estratégias de comunicação. A falta de profissionais de comunicação com conhecimentos em IA é outro desafio, atendendo à complexidade de conhecimentos em causa e uma visão a 360º.
As empresas devem ser rigorosas na proteção da privacidade de seus clientes e estar em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) da União Europeia. Qualquer violação da privacidade pode ter consequências graves para a reputação das empresas.
Outro desafio crítico é a segurança cibernética. À medida que as empresas em Portugal dependem mais da IA para processar informações sensíveis, elas tornam-se alvos mais atrativos para ataques cibernéticos. Garantir a segurança dos dados e sistemas é uma prioridade constante.
Além disso, a IA não é uma solução mágica. Às vezes, a automação excessiva pode afetar negativamente a qualidade da comunicação. Mas de que forma? Qual o alvo? A dependência excessiva de chatbots e automação pode alienar os clientes em Portugal que desejam um toque humano genuíno em suas interações com as empresas.
Apesar desses desafios, a IA está a proporcionar uma revolução silenciosa na comunicação empresarial em Portugal: desde a comunicação interna à comunicação institucional. As empresas que a adotam estrategicamente têm a oportunidade de se destacar num mercado competitivo. Não melhora apenas a eficiência operacional, mas também abre portas para a criatividade, a inovação e o crescimento.
Para maximizar os benefícios da IA na comunicação empresarial em Portugal, as empresas devem adotar uma abordagem equilibrada. Isso envolve investir na formação dos seus profissionais de comunicação, garantir a conformidade com regulamentações de privacidade de dados e cibernéticas, e equilibrar a automação com um toque humano autêntico.
Em conclusão, as oportunidades oferecidas pela IA devem ser potenciadas, mas os desafios não podem ser subestimados. À medida que as empresas abraçam a IA com responsabilidade, elas podem aproveitar ao máximo essa revolução tecnológica, proporcionando um impacto positivo na economia e na sociedade de Portugal.
O futuro da comunicação empresarial está a ser escrito com algoritmos, mas gerido por humanos. Homem e máquina, juntos e complementares, mas não substitutos. Ao Homem o que é do Homem. À máquina o que é de máquina. Juntos iremos fazer a diferença! Na pós-graduação em Comunicação Empresarial vão ser dadas as respostas a estas observações. Win-Win!
Artigo de Amélia Brandão, Diretora da Pós-Graduação Comunicação Empresarial