Estaremos realmente seguros quando partilhamos os nossos dados online? Como é que o RGPD, ao invés de ser uma dor de cabeça, pode ajudar-nos a estar mais seguros? A Porto Business School convidou Karen Lawrence Öqvist, diretora do programa Data Protection by Design and Default e outros especialistas em privacidade digital para debaterem este tema, na conferência “Why Privacy Matters”.
Para Karen Lawrence Öqvist, fundadora e CEO da Privasee e autora do livro “Virtual shadows: Your Privacy in the Information Society”, a privacidade é uma moeda com duas faces: por um lado, “é um direito humano e a sociedade não pode existir sem ela”, mas, por outro, “existe um conflito entre privacidade e liberdade de informação, que faz parte da sociedade democrática em que vivemos”. Gerir esta dualidade pode revelar-se um desafio, mas é aí que o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) entra em ação – e como aliado, não como inimigo.
Este regulamento, ainda bastante recente, ainda está longe de ser compreendido, mas a necessidade da sua aplicação para proteger dados no dia-a-dia das pessoas, empresas e Governos é cada vez mais evidente. A necessidade de saber tirar o máximo proveito dele foi uma das questões debatidas por Öqvist e outros especialistas em privacidade digital no seminário “Why Privacy Matters”, que a PBS promoveu em fevereiro. Os vários testemunhos e opiniões convergiram num aspeto: há cada vez mais desafios no que toca à partilha segura de informação e à recolha de dados online, redes sociais e motores de busca, e-commerce e até mesmo apps para aceder a serviços públicos online. O RGPD torna-se, assim, essencial para que qualquer companhia, dos mais diversos setores de atividade, possa continuar a desempenhar as suas funções sem incorrer no incumprimento de alguma das diretrizes que o novo regulamento trouxe.