A 5ª edição portuguesa da Semana Mundial do Investidor, realizada entre 6 e 12 de Outubro, foi dedicada ao tema “A informação é o seu ativo mais valioso”. Esta edição reuniu um conjunto de iniciativas lideradas pela CMVM e pelos seus parceiros, promovendo a reflexão sobre a temática dos investimentos.
No dia 7 de outubro a Porto Business School participou num webinar promovido pela DECO para debater o papel da informação na proteção do investidor, aberto ao público em geral.
Neste webinar participaram André Alfar Rodrigues, advogado e autor de estudos relacionados com este tema, Rui Coutinho, professor e diretor executivo para a Inovação e Desenvolvimento da Porto Business School, e Vinay Pranjivan, economista sénior da DECO. A moderação da conversa ficou a cargo de Shrikesh Laxmidas, jornalista e chefe de redação da Lusa.
Nesta conversa foram debatidas algumas temáticas como a tipologia dos investidores, as fontes de informação disponíveis aos investidores não-profissionais, a informação imposta pelas entidades reguladoras e as tendências das preferências dos investidores não-profissionais.
Na relação entre a transformação digital, as fontes de informação e a qualidade e de informação sobre mercados e investimentos, um dos principais desafios, senão o maior, está relacionado com o facto de o investimento se ter tornado “em algo acessível”, partilha Rui Coutinho. E essa acessibilidade reflete uma universalidade da informação, por isso vivemos um processo de ajuste; a qualidade da informação é escassa, assim como, a sua validação.
Neste processo de transição, André Alfar Rodrigues destaca a relevância de regulamentações, como o RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados) e a DMIF (Diretiva dos Mercados de Instrumentos Financeiros) para uma proteção mais eficiente dos investidores não profissionais, que são aqueles que possuem menos conhecimento nestas áreas, correndo risco de não conhecer aquilo em que estão a investir. Vinay Pranjivan acautelou também que “o perigo está quando uma entidade não habilitada dissemina informações desajustadas”.
Os três oradores concordaram que a literacia financeira é outro dos grandes desafios que enfrentamos. Não podemos esperar que todos os consumidores frequentem um programa formal de formação nesta área. Uma das sugestões avançadas, e à semelhança do que acontece nos Estados Unidos, foi a inclusão de uma disciplina de educação financeira transversal (do ensino básico ao secundário).
A Semana Mundial do Investidor foi criada pela Organização Internacional das Comissões de Valores (IOSCO) para promover a educação financeira e proteção do investidor. Nesta 5ª edição foram debatidas questões que possam ajudar os investidores a lidarem com a incerteza consequente da crise da pandemia e a refletir acerca do contributo do mercado de capitais para a economia.
Pode ver ou rever o webinar aqui.