Na formação de executivos houve uma mudança de tópicos com a procura muito acelerada da gestão de equipas remotas, liderança virtual, conciliação do tempo profissional e tempo pessoal.
"Estamos a construir um campus virtual, é uma construção nova, de raiz. A escola inaugurou um campus físico há sete anos e é quase um novo processo de construção, porque hoje uma parte substancial do que é a nossa oferta está concentrada no remoto, no digital, no online", afirma Rui Coutinho, Innovation & Growth Executive Director da Porto Business School.
O campus físico era o polo agregador e o digital contribuía para articular a oferta. "A nossa oferta é híbrida e permite o presencial e o online em simultâneo. Foi um esforço titânico que fizemos nestes seis meses e a PBS transformou-se, mas não estamos a trazer nenhuma abordagem tecnológica disruptiva, porque estamos a utilizar tecnologias que já existiam".
Na formação de executivos houve uma mudança de tópicos com a procura muito acelerada da gestão de equipas remotas, liderança virtual, conciliação do tempo profissional e tempo pessoal. "Eram temas que fomos obrigados a fazer enquanto aprendíamos, porque estávamos todos a aprender", confessa Rui Coutinho. Mas não houve shift total de presencial para o remoto.
Como refere Rui Coutinho, "compreendemos que esta low touch economy é uma tendência importante, mas não é uma tendência crítica, porque as empresas e os executivos continuam a privilegiar o presencial, a querer a dimensão do contacto. A razão é muito simples, a segunda motivação pela qual os estudantes procuram a PBS é o networking, que, por muito que trabalhemos remotamente de maneira digital e façamos coisas extraordinárias, não se compara ao contacto físico e pessoal".
Personalização e customização
Esta estratégia implicou uma grande criatividade para garantir que a integração entre o campus físico e virtual é plena, "que são as faces da mesma moeda". "Conseguimos entregar valor nesta dupla dimensão e conseguimos tirar partido das possibilidades do online, complementando-o com o melhor do nosso mundo presencial", esclareceu Rui Coutinho.
As aulas teóricas são online, em vídeo e assíncrono para que o tempo em que os alunos estão com o professor seja um tempo de qualidade, de aplicação, de caso prático, em que se discute a teoria na prática. A PBS aplicou no seu produto referência, a âncora pela qual a PBS é conhecida que é o MBA, e criaram um MBA digital. E o digital quer dizer que pode ser frequentado full-time, mas também que uma parte do currículo é constituída por matérias digitais.
"A experiência do MBA está intocável, estamos a procurar gerar novas formas e abordagens ao próprio MBA, criando um MBA que se ajusta ao lifestyle das pessoas e à flexibilidade entre o físico e o digital, e 40% do MBA vai ser desenhado e decidido pelo próprio estudante, portanto, os nossos próximos 35 alunos vão fazer 35 MBA diferentes. A personalização, a customização, flexibilidade na forma, no tempo e nos tópicos", explica Rui Coutinho.
[Artigo publicado originalmente no Jornal de Negócios, no âmbito da iniciativa "O Papel Digital na Retoma da Economia", resultado da parceria entre o IDC e a Axians, que se realizou no World of Wine em Gaia.