É a primeira vez na história que cinco gerações de consumidores coexistem numa mesma época.
Os “tradicionalistas” nasceram entre 1928 e 1945 e estão actualmente entre os 70 e os 90 anos. Embora muitos se tenham reformado, alguns ainda estão activos na força de trabalho. O presidente dos EUA, recentemente eleito, nasceu em 1942. Os “Baby Boomers”, que nasceram entre 1946 e 1964, têm actualmente entre 57 e 75 anos de idade. A “Gen X”, que nasceu entre 1965 e 1979/80, tem actualmente entre 41 e 56 anos de idade. A “Gen Y”, ou “Millennials”, que nasceu entre 1981 e 1994/6, tem actualmente entre 25 e 40 anos de idade. A “Gen Z”, nascida entre 1997 e 2012/15, tem actualmente entre 6 e 24 anos.
De um modo geral, os “Baby-Boomers” e a “Geração X” ainda detêm a maioria das posições de gestão e liderança nas empresas e o maior poder de compra relativo, mas as Gerações Y e Z, as “nativas digitais”, formam agora a maior parte da força de trabalho, bem como os maiores mercados de consumo.
Espera, mas o título diz 6?
Em 2026 – pela primeira vez na história – seis gerações de consumidores vão coexistir numa mesma época.
A geração Alpha (2010 a 2025) irá atingir os 2 biliões em 2025; mais de 2,5 milhões nascem todas as semanas a nível mundial. Quando todos tiverem nascido (2025), serão a maior geração na história do mundo.
Embora sejam a geração mais jovem, têm uma influência sobre a decisão de compra para além dos seus anos. Já moldam o panorama dos meios de comunicação social e tornam-se os principais influenciadores da cultura popular. Serão a geração mais formalmente educada de sempre, a geração mais tecnológica de sempre e globalmente a geração mais rica de sempre (o que não é sinónimo do fim da pobreza nem das desigualdades, eventualmente até pelo contrário…).
É importante ter em mente que estas “gerações” são uma construção, uma lente através da qual se pode compreender a mudança social em todo o seu espectro e não um rótulo com o qual – muitas das vezes – se simplificam excessivamente as semelhanças e diferenças entre grupos.
Os eventos ao longo da história têm um impacto diferente em cada geração: uns introduzem mudanças de primeira ordem, outros de segunda ordem. Enquanto os primeiros provocam mudanças quantitativas, os segundos provocam mudanças mais estruturais, qualitativas. São mudanças, por exemplo, na forma como procuram informação, como tomam decisões, como se relacionam, como comunicam, como inovam, como negociam o equilíbrio trabalho-vida, como lidam com o dinheiro, que valores privilegiam, como usam as tecnologias, como encaram a “fidelização” às marcas, como confiam (ou não), como partilham informação (pessoal ou outra), etc.
Hoje, todas as marcas ou empresas têm de ter em conta estas 6 gerações de consumidores e colaboradores, cada uma com o seu conjunto de valores e expectativas. As diferenças entre Tradicionalistas, Boomers, Gen X, Millennials, Gen Z e Alpha podem por vezes ser subtis, mas o desafio mantem-se! Construir uma marca relevante para todos os consumidores é difícil, mas crítico. Compreender o que os consumidores (e colaboradores) actuais e futuros exigem das marcas e do negócio é a única forma de prosperar.
Gustavo Mendes, docente da Porto Business School e Diretor de Marketing do Grupo Primor.
Artigo originalmente publicado na Marketeer a 25.05.2021